CAOISMO|MAGIA NATURAL|MEDITAÇÃO - dezembro 21, 2021

Possessão e incorporação pt-1

Olá pessoas, eu sou a Delirium da Occulta Umbra, Atos Negros e Imperium Fortuna e lá vamos nós tratar de polêmicas, vamos falar sobre possessão e incorporação.

Talvez vocês estejam se perguntando o porque eu fiquei tanto tempo falando sobre distúrbios de chakras, apesar de ver como algo extremamente necessário para a manutenção do equilíbrio do indivíduo, eu estava me preparando para chegar a esse ponto.

Meus mais de 14 anos iniciada no candomblé não me afastaram da magia, a verdade é que só me permitiu estudar ainda mais, observar o fato de forma empírica e através de estudos e comparações, tirar minhas próprias conclusões.

Durante esses artigos vou apresentar certos fatos, e cabe aqui a cada um tirar suas próprias conclusões.

Por que aqui, ninguém é obrigado a nada.

[…] apesar da mediunidade “fazer uso” de capacidades dissociativas individuais do médium, a dissociação parece disciplinada pelo grupo social de que o médium participa […]. Os elementos sócio-culturais que darão o contorno das personalidades “intrusas” estão presentes no grupo social do médium e, portanto, na mente do médium […] a diferença entre a dissociação patológica e a dissociação não-patológica reside na cultura (Zangari, 2003, p. 54 e p. 55).

Advinda de origens diversas e ainda assim interligadas, a ideia em sua essência é a mesma, em todos os casos se trata de estado dissociativo. Mas deixo claro, estado dissociativo, não transtorno dissociativo.

O fenômeno difere de acordo com o contexto religioso e sociocultural, apresentando nomes e definições diversas para algo, que para a psicologia, é caracterizado da mesma forma.

Do início.

Frequentemente nos deparamos com a pergunta:

Haveria de fato a posse física do indivíduo?! Ou seja, a entidade aqui adentraria no corpo físico do indivíduo passando a controlar o mesmo?!

A verdade é que, em alguns casos, temos a impressão que sim, mas não vamos generalizar.

Se faz necessário nesse caso, analisar as diferentes teorias adotadas por cada crença e só aí traçar paralelos sobre.

Então, vamos lá!

Kardecismo.

Allan Kardec, inicialmente, separa o fato em 3 diferentes tipos: Obsessão, subjugação e fascinação.

A obsessão é a ação, quase que permanente, de um Espírito estranho que faz que se seja solicitado, por uma necessidade incessante, a agir em tal ou tal sentido, a fazer tal ou tal coisa.

A subjugação é uma ligação moral que paralisa a vontade daquele que a sofre, e o impele aos atos mais insensatos e, frequentemente, mais contrários aos seus interesses.

A fascinação é uma espécie de ilusão produzida, seja pela ação direta de um Espírito estranho, seja por seus raciocínios capciosos, ilusão que engana sobre as coisas morais, falseia o julgamento e faz tomar o mal pelo bem.

Inicialmente, Kardec trata a possessão como sinônimo da subjugação como podem ver na seguinte citação:

 

“Dava-se, outrora, o nome de possessão ao império exercido pelos maus Espíritos, quando sua influência ia até à aberração das faculdades; mas a ignorância e os preconceitos, frequentemente, fizeram tomar por uma possessão o que não era senão o resultado de um estado patológico. A possessão seria, para nós, sinônimo da subjugação. Se não adotamos esse termo, foi por dois motivos: o primeiro porque implica a crença em seres criados para o mal e perpetuamente votados ao mal, ao passo que não há senão seres mais ou menos imperfeitos, que todos podem melhorar-se; o segundo porque implica, igualmente, a ideia de uma presa de possessão do corpo por um Espírito estranho, de uma espécie de coabitação, ao passo que não há senão constrangimento. A palavra subjugação reflete perfeitamente o pensamento. Assim, para nós, não há possessos no sentido vulgar da palavra, não há senão obsidiados, subjugados e fascinados.” (KARDEC, 2001a, p. 267-268, grifo nosso).

Kardec aqui, algum tempo depois, vê como uma influência externa e não como uma coabitação, onde a egrégora se instalaria no corpo do indivíduo.

Há aqui diferentes níveis de influência, mas essencialmente, o fenômeno é o mesmo.

Por hoje ficamos por aqui. Fiquem de olho para a parte II da matéria.

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