Sobre a lua e o eu
Olá pessoas, eu sou a Delirium da Occulta Umbra, Atos Negros e Imperium Fortuna e hoje vamos dar inicio aos estudos sobre lunações e celebrações.
Historicamente falando.
Desde os primórdios da humanidade o homem tem observado a lua. A famosa estátua feita em representação a Grande Mãe, descoberta em Laussel, na França, data de 20 mil anos a.C. e mostra a Deusa tendo em mãos um chifre de bisão contendo 13 entalhes que correspondem as lunações de um ciclo solar. Em uma gruta em Angles sur L’Angin, também na França, foi encontrada outra estátua com três mulheres sentadas em um bisão, representando as fases da lua, datada de 13 mil anos a.C.
Com suas fases diversas e energia única em cada uma delas, a lua tem fascinado e intrigado a humanidade desde os primórdios. Inúmeras culturas e povos que jamais se cruzaram comungam do mesmo fascínio e reverência a lua, por diversas vezes apresentando elementos idênticos.
Os ciclos lunares eram uma forma simples de marcar a passagem do tempo, seu padrão rítmico formou o calendário lunar que tem duração de 28 dias (equivalente ao ciclo menstrual) e a semana de 7 dias.
Um mês durava de uma lua nova a seguinte, cada quarto durava uma semana e 13 lunações um ano. Cada lunação foi nomeada de acordo com suas qualidades e características, a nomenclatura tem se mantido especialmente entre os índios norte americanos.
Os cultos lunares datam de 70 mil anos a.C e religiões com culto a divindades lunares datam de 12 mil anos.
Devido a sua conexão com a fertilidade, a lua foi considerada desde os tempos mais remotos como símbolo do princípio feminino, a Grande Mãe em contraposição ao sol, o Deus Pai.
O culto a lua tem presente componentes mitológicos, como cultos ligados à maternidade, partos, colheitas e forças da natureza.
As mulheres e as lunações.
Há um elo entre a lua, a fertilidade e os nascimentos, bem como nos ciclos menstruais das mulheres. Devido a essa ligação mulheres foram sacerdotisas, curandeiras, profetisas, guardadoras dos calendários e também detinham conhecimento sobre os ciclos lunares mais propícios para determinados rituais, plantios, colheitas e caçadas.
As mudanças que ocorriam nos corpos das mulheres ao longo de suas vidas eram vistos de forma interligada as fases da lua.
As mulheres menstruavam próximo a lua nova, ovulavam perto da lua cheia e os nascimentos tendiam a ocorrer com maior frequência na mudança das fases, especialmente na lua nova e na lua cheia.
Deusas e cultos.
Os cultos matrifocais praticavam culto as fases da lua entendendo a mesma como manifestação da Deusa Tríplice: A Donzela se manifestando na lua crescente, a Mãe na lua cheia e a Anciã na lua minguante.
A Grande Mãe tem sido adorada em inúmeras culturas, desde a Suméria, Babilônia, Caldeia, Egito e Ásia Menor, através da Grécia, Império Romano, entre os Celtas e os Escandinavos, até as Américas , África, Índia, China, Polinésia e Austrália. A principal deusa da Babilônia era Ishtar, cujo cinturão era adornado pelos signos do zodíaco (pelos quais a lua se movimenta) dando inicio assim ao calendário astrológico, também chamado de “as Casas da Luz”.
Da Caldeia e da Babilônia temos Astarte, Astoreth, Anunit e Cibele.
No Egito temos o culto a Isis, a Rainha do Céu, Luz Prateada, Mãe de toda a Natureza, Deusa da fertilidade, do amor, da magia e protetora de mulheres e crianças.
Com os gregos surge a tríplice manifestação da Grande Mãe, nas formas de Ártemis, Selene e Hécate como deusas lunares, mais tarde houveram mudanças das deusas lunares em deusas da terra e da água, como ocorreu com Gaia, Rhea, Deméter, Perséfone e Afrodite. Estes mitos foram mais tarde absorvidos pelos romanos, com alterações nos nomes e adaptações.
Muitos contos bíblicos e judaicos originam-se de antigas lendas lunares e rituais da Deusa, datas de ritos foram incorporadas ao cristianismo com alterações em seu significado e origem.
Arquétipos também tem sido objeto de estudo, Jung percebeu que ocultos nos estudos sobre mitos e crenças havia profundos ensinamentos e a necessidade de reintegrar o feminino a sua natureza buscando equilíbrio, reconhecendo e reintegrando a anima ao homem.
A ideia aqui é a compreensão dos padrões comportamentais e reações emocionais através da conexão com a energia lunar.
A dança.
Seguir a lua em sua dança cíclica nos céus, perceber as mudanças e ações da natureza, reconhecer os aspectos positivos e os desafios impostos por cada lunação além da execução de ritos específicos e de conexão com a lua são alguns dos meios encontrados para auxiliar no alinhamento e equilíbrio energético do magista.
Tanta teoria.
Calma todo mundo!
Com esse apanhado damos início aos estudos sobre lunações, aguardem que vai ter prática.
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